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BIKE: Sherman Trezza e Lukas Kaufmann ampliam vantagem na Etapa Rainha da Santander Brasil Ride Espinhaço

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Enquanto na open Sherman Trezza e Lukas Kaufmann venceram de ponta a ponta, entre as mulheres a vitória de Paula Gallan e Isabella Lacerda foi definida nos quilômetros finais.
Foto: Nicolas Ferri

A Etapa Rainha da Santander Brasil Ride Espinhaço presenteou os participantes da competição realizada em Conceição do Mato Dentro (MG), com visuais de tirar o fôlego nesta quinta-feira (16). Após os 85 km e 2.788 m de altimetria acumulada, Sherman Trezza e Lukas Kaufmann confirmaram a terceira vitória seguida na competição, sem serem ameaçados pelos principais adversários na open. Já no feminino, Paula Gallan e Isabella Lacerda venceram mais uma, contando com a falta de sorte de Letícia Cândido e da alemã Naima Diesner, que lideravam mas tiveram problemas mecânicos na última hora de prova.

Na terceira de cinco etapas da Santander Brasil Ride Espinhaço, o percurso contou com a passagem pela Cachoeira do Tabuleiro, a de maior altura do Estado de Minas Gerais e terceira maior do Brasil, com 275 metros, e também pelo Parque Natural Municipal do Tabuleiro. Um visual deslumbrante do começo ao fim, sendo comparado a paisagem de cinema pelo ciclista português Tiago Ferreira, campeão mundial e bicampeão olímpico.


Tiago Ferreira na passagem da Cachoeira do Tabuleiro
Foto: Alemão Silva

“Precisamos dar os parabéns para quem pensou e desenhou esta etapa, porque estava realmente espetacular. É uma das etapas mais bonitas e completas que eu fiz até hoje, desde que faço mountain bike. Estava realmente incrível. Do início ao fim, parecia que estávamos pedalando em uma tela de cinema. O ponto de hidratação no ponto mais alto da etapa, era fantástico. Etapa Rainha perfeita. A organização está de parabéns, por nos proporcionar um dia inesquecível”, avaliou Tiago Ferreira.

Disputa na open – Sherman Trezza e Lukas Kaufmann demonstraram que são realmente os favoritos ao título da competição inédita realizada em Conceição do Mato Dentro. A dupla liderou do começo ao fim a Etapa Rainha, sem dar chance para o azar. Após passarem com 7 minutos de vantagem no ponto de hidratação do km 63, eles finalizaram os 85 km da etapa em 4h25min42, mais de 13 minutos à frente de Ricardo Pscheidt e Leandro Donizete – 4h39min25. Agora, Sherman e Lukas lideram com folga e 23min10 para Ricardo e Leandro.


Sherman e Lukas lideram pelotão no início da prova
Foto: Alemão Silva

“Essa etapa valeu o ingresso. A região é fantástica e a prova foi duríssima, porque apesar das subidas, quando chegamos no planalto em cima da montanha estava muito pesado. Muitas poças d’água e bastante areia no percurso. Foi desgastante demais. Sofri como nunca neste dia”, disse Sherman. “O Lukas fez a diferença. Ele estava muito bem. Agora vi o que ele passou na Santander Brasil Ride Bahia, quando correu lá com a costela quebrada. Agora sou eu lesionado, com meu corpo gastando muita energia para eu poder me recuperar. No km 65 até o fim comecei a sofrer, mas nos quilômetros finais eu não me lembro de ter sofrido tanto em 20 anos de ciclismo”, completou.

“Verdadeira Etapa Rainha. Custei a encaixar um bom ritmo no início e aí o psicológico travou. No asfalto, o corpo reagiu e fui para frente para ditar o ritmo. Na subida mais longa, escapamos com o Pscheidt e o Donizete, que se demonstraram muito fortes. Na descida longa, conseguimos tirar uma vantagem boa e passar com folga no ponto de cronometragem (km 63). Tentei acalmar o Sherman por causa das dores, porque sei da importância de ser um parceiro paciente e que motiva”, comentou Lukas.

Disputa feminina – Entre as mulheres, Letícia Cândido e Naima Diesner ensaiaram uma reação, mas acabaram perdendo a liderança com problemas técnicos nas bikes de ambas. As duas passaram no km 63 (ponto de cronometragem) com cerca de 4 minutos de vantagem para as duplas Marcella Toldi/Fabiana Brandão e Paula Gallan/Isabella Lacerda. Quilômetros depois, foram ultrapassadas por ambas as equipes, para terminarem no top 3. Pelo terceiro dia seguido, Paula e Isabella triunfaram na Serra do Espinhaço, com o tempo total de 5h52min12. Agora, elas ampliaram a vantagem para 10min47 em relação a Marcella e Fabiana.

Letícia Cândido
Foto: Alemão Silva

“Etapa linda. Uma cachoeira incrível. Um dia que exigiu raça e cabeça. Estávamos minutos atrás das líderes e vice-líderes do dia, mas sabíamos que tinha muito até o final. Na trilha técnica da cachoeira, encostamos nas meninas (Marcella e Fabiana) e começamos acreditar. Quando vimos, passamos pela Letícia e Naima, que estavam paradas consertando a bike. Brigamos com o corpo e com a cabeça, porque ainda faltavam dez quilômetros. Chegamos bem, embora a Paula tenha tomado um tombo numa descida. Ela foi guerreira e estou bastante feliz de ter uma parceira como ela”, disse Isabella

Líderes da feminina
Foto: Marcelo Maragni

“Minha quinta vez na Santander Brasil Ride. Já fiz quatro vezes a ultramaratona de Porto Seguro e, com certeza, esse foi o dia mais duro de mountain bike na minha vida. Levei meu corpo ao limite, chegando um momento na prova que eu só queria cruzar a linha de chegada. Nem queria mais pensar em resultado. Fiquei próxima do meu limite e não sei o que seria de mim sem a Isabella. Cheguei ao fim muito emocionada”, contou Paula.

Experiente ciclista, tendo inclusive vencido a Santander Brasil Ride Bahia ao lado da própria concorrente Isabella Lacerda, Letícia Cândido relatou as dificuldades encontradas neste terceiro dia de competição. “Foi emoção do início ao fim. Estávamos focadas e entrosadas, mas tivemos problemas mecânicos, primeiro a Naima, depois eu. Continuamos do jeito que deu, nos equilibrando para completar. Numa prova desta, tudo pode acontecer. Embora a primeira vitória não tenha vindo, estamos felizes por ter completado com tantas dificuldades”, comentou Letícia.

E-MTB com novo líder – A disputa masculina do E-MTB teve mudança de liderança nesta quinta-feira. Após liderar com 4min29 de vantagem, Erick Bruske enfrentou problemas na Etapa Rainha e agora está a nove minutos do novo líder, Andre Lima, o Catatau. Ao arriscar em sua estratégia, André Bretas caiu da terceira para a quinta colocação, atrás agora de Andre e Erick, além de Giuliano Tonioli e Mateus Ferraz.

André Lima assume a jersey de líder na E-MTB
Foto: Nicolas Ferri

“Uma das etapas mais bonitas que pedalei na minha vida. Fantástica, por conta das trilhas e por andar em cima da serra. Em termos de estratégia, deixei uma bateria reserva no ponto de apoio do km 24 e larguei com uma bateria mais leve, que acabou me ajudando a desenvolver melhor  ritmo. Fiz bem a troca e acelerei até o máximo no final. O Erick teve problema na troca da bateria dele, o que me favoreceu bastante. Agora, lidero com uma vantagem boa”, contou Catatau.

Campeão de estrada no MTB – Ciclista profissional de estrada há dez anos, Antonio Garnero, o Pippo, fez em Conceição do Mato Dentro a sua estreia em provas por estágio no mountain bike. Embora tenha sido campeão brasileiro na elite, em 2014, e representado a seleção brasileira, o atleta não esconde que não tem sido uma tarefa fácil se aventurar nas trilhas de terra da região do Espinhaço.

Pippo Garnero
Foto: Sportograf

“Ciclismo faz parte integral da minha vida, o que faço para continuar vivendo com vigor e saúde. Esta é minha primeira competição de verdade no MTB. Sempre gostei dessa vertente para espairecer e fugir dos automóveis, porque eu vivia na estrada. Essa ideia de competir com tanta dificuldade técnica é nova para mim, em minha carreira, e bastante desafiadora”, relatou Pippo.

“É uma corrida muito técnica. Você precisa estar bem treinado e vir com foco. Nos trechos de single track (trilhas estreitas), não basta estar bem fisicamente, que é o caso do ciclismo de estrada. Tem que ir preparado para encarar todas as condições. Pegamos uma chuva do começo ao fim na etapa 2, um mar de lama dantesco. Mas, é isso o mountain bike. Um esporte em que você aprecia a sua beleza do jeito que ele é”, finalizou.

Top 5 da etapa na open e na feminina:

Masculino
1-Sherman Trezza/Lukas Kaufmann – 4h25min42
2-Ricardo Pscheidt/Leandro Donizete – 4h39min25
3-Carlos Henrique Paixão/Marcus Silva – 4h42min31
4-David Rosa (POR)/Vitor Bento – 4h52min59
5-Lucas Motta/Rodrigo Nascimento – 4h59min02

Feminino
1-Paula Gallan/Isabella Lacerda – 5h52min12
2-Marcella Toldi/Fabiana Brandão – 5h59min17
3-Letícia Cândido/Naima Diesner (ALE) – 6h05min41
4-Julyana Rodrigues/Sabrina Gobbo – 6h37min29
5-Renata Spíndola/Miriam Shimada – 8h30min27

Top 5 acumulado após três etapas:

Masculino
1-Sherman Trezza/Lukas Kaufmann – 7h22min11
2-Ricardo Pscheidt/Leandro Donizete – 7h45min21
3-Carlos Henrique Paixão/Marcus Silva – 7h52min26
4-David Rosa(POR)/Vitor Bento – 8h07min08
5-João Firmino/Diogo Malagon – 8h16min43

Feminino
1-Paula Gallan/Isabella Lacerda – 9h41min52
2-Marcella Toldi/Fabiana Brandão – 9h52min40
3-Letícia Cândido/Naima Diesner (ALE) – 10h09min29
4-Julyana Rodrigues/Sabrina Gobbo – 10h56min14
5-Renata Spíndola/Miriam Shimada – 13h58min40

Transmissão ao vivo – A Santander Brasil Ride Espinhaço conta com exibição diária do programa Brasil Ride Stage News, contando as novidades do dia a dia da competição no município mineiro de Conceição do Mato Dentro. Sempre às 19h, os amantes do esporte podem se informar sobre o evento, nos canais do Facebook e do YouTube da Santander Brasil Ride.

Maior premiação do ciclismo nacional – A Santander Brasil Ride Espinhaço já chega ao calendário elevando a outro patamar o ciclismo nacional. Disponibilizando mais de 140 mil reais de prêmios em dinheiro, o evento ofertará a maior premiação do Brasil na história deste esporte, que é um dos que mais cresce no País e no mundo. Seguindo os padrões do circuito da Santander Brasil Ride, mulheres e homens terão premiação igual na prova. E para o ciclista amador (não federado) que fizer a melhor volta na etapa do XCO, um capacete de Henrique Avancini será ofertado como prêmio extra.

Encerramento com chave de ouro – Disputa marcada para o sábado (18), a Maratona do Cipó será responsável por encerrar com chave de ouro a ultramaratona, com um percurso de 53,6 km e 1.720 m de altimetria acumulada na sua prova principal. Quem optar por um desafio menos intenso, pode se inscrever na categoria tour, com 16,5 km de extensão e 470 m de desnível altimétrico. 

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