O britânico foi sem dúvida o melhor estratega ao longo de 14 dias, conseguindo erguer o troféu mais apetecído do mundo com uma única vitória de etapa! Pablo Quintanilla (Honda) e Matthias Walkner (KTM) terminaram em segundo e terceiro da geral, a GasGas venceu o seu primeiro Dakar! A luta vai prosseguir no Campeonato do Mundo de Cross-Country Rallies, mas isso é outra estória, porque Dakar é sempre Dakar… a imortal prova dos Heróis e amantes da aventura.
“Sinceramente, não posso estar mais feliz. Esta última etapa foi difícil e stressante… Muita navegação, muitas notas complicadas, algumas vezes um pouco confusa e não sei se estava a seguir o caminho certo. Ufa. Honestamente, a minha cabeça pode explodir. Nos últimos dez minutos, não tinha a certeza se tinha ganho, agora já me disseram e, uau, é um sonho tornado realidade.” Referiu à chegada o motociclista britânico, que dominou quase ininterruptamente a categoria de motos nesta edição, repetindo a sua vitória de 2017.
Às 7h30 Kevin Benavides foi o primeiro piloto da partir para a derradeira especial, logo seguido por Sam Sunderland, que teria de defender nos 164 km cronometrados a sua posição de líder na classificação geral. Salvo surpresas de última hora, o britânico tinha tudo a seu favor para vencer o seu segundo Dakar.
Mason Klein, o melhor estreante na classificação geral, ocupava a nona posição, 50 minutos atrás de Sam Sunderland. Com um pódio na terceira etapa, o jovem de 20 anos causou sensação na sua estreia no rali-raide mais exigente. Um pouco como Daniel Sanders, um excelente novato no ano passado e um candidato à vitória este ano antes de se lesionar… Klein terá de ser seguido de perto em 2023.
No primeiro ponto de passagem, Pablo Quintanilla, segundo na classificação geral 6 minutos atrás de Sam Sunderland, detinha o melhor tempo provisório com uma vantagem de 41 segundos sobre o seu companheiro de equipa Ricky Brabec. Sunderland vinha em terceiro, com mais de um minuto de atraso. Nacho Cornejo segue o britânico mesmo à frente das duas KTM de fábrica de Kevin Benavides e Matthias Walkner, que já vinham a perder 2m42s para Quintanilla. Outros pilotos vinham ainda mais atrás na chegada ao primeiro waypoint, casos de Toby Price e Adrien Van Beveren.
No km 81, a meio dos 164 km da derradeira especial, Sam Sunderland registava o quarto melhor tempo, 2m16s atrás de Pablo Quintanilla, segundo lugar na classificação geral. O chileno da Honda dominava a especial, mas o britânico ainda estava 4m36s à frente na classificação geral. Matthias Walkner (KTM) marcava então o quinto melhor, 3 minutos atrás de Quintanilla e 7m59s atrás do líder virtual do Dakar na classificação geral. Van Beveren comainda não passara neste ponto, vinha muito atrasado e passou em 10º no km 81 com uma diferença de 4m24s para o líder Quintanilla. Na classificação geral, o francês da Yamaha parecia definitivamente arredado da possibilidade do pódio na classe Rally GP.
Numa altura em que Benavides, o primeiro a partir já se encontrava a 10 km da linha de chegada, o triunfo no Dakar estava definitivamente já nas mãos de Sam Sunderland, e quando a GasGas nº3 cruzou a linha de chegada no km 164 a marca espanhola também fez história, inscrevendo o seu nome ao lado dos grandes do Dakar!
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