Depois do seu triunfo com a Honda, o piloto argentino ‘desertou’
para a equipa rival da KTM, mas sofreu uma queda que fracturou o seu ombro e o fez
ficar longe da sua nova 450 Rally
durante três meses. Com a grande corrida a menos de um mês, Benavides não tem
uma tarefa fácil pela frente se quiser ingressar nesse clube exclusivo de vencedores
repetentes do Dakar que ainda tem como principal figura o francês Stephane
Peterhansel.
“Vencer o Dakar com uma nova moto e uma nova equipa seria perfeito, mas sabemos que no Dakar não se pode controlar tudo, sempre. Não é só pilotar, há muitos fatores com os quais precisamos de nos preocupar, e eu aprendi muitas coisas no ano passado.”
A mudança de Benavides da equipa Honda HRC para a KTM foi
controversa. A sua vitória em 2021 foi a segunda consecutiva da Honda, depois
de Ricky Brabec vencer em 2020, tornando a equipa Honda indiscutivelmente a favorita
para vencer novamente em 2022, apesar do poder inquestionável da KTM que tem 18
vitórias no Dakar… é preciso não esquecer.
“Logo depois de assinar com eles (KTM), tive uma queda e fracturei o ombro que precisou de uma cirurgia e me obrigou a ficar três meses fora da moto. O Rali de Marrocos foi a primeira corrida. Sinceramente, não levei muito a sério a prova porque cheguei a 75% e o principal objetivo era aprender como funciona a moto e a equipa. Queria saber como é tudo para dar um passo à frente na configuração. Fizemos muitas mudanças depois da corrida na suspensão e no motor e agora sinto-me muito mais confiante na moto.“
Depois de um ano tranquilo, apesar do acidente e da mudança
para equipa laranja, qual será o plano de Kevin Benavides para o Dakar?
“Sei o que tenho que fazer este ano e o que precisa ser melhorado. A minha estratégia será focar no dia a dia e ver o que acontece na primeira semana, depois na segunda semana é importante forçar um pouco mais. De qualquer forma, precisamos ver como vai ser a primeira semana e depois tentar controlar a corrida na segunda.”
Durante a apresentação do Dakar 2022, falou-se em “mais areia e menos pedras”, o que deve abrir caminho para lutas mais cerradas entre os protagonistas e, com sorte, lesões menos graves. “O percurso do Dakar 2022 parece muito interessante. Estive em Paris para a apresentação, e parece que vai ter mais areia e mais cinco etapas que vão dar voltas, o que diminui as ligações. Além disso, lugares menos rochosos, o que é positivo. Em termos de navegação, acho que também será interessante, então vamos ver no que vai dar.”
A menos de um mês para o início do Rally Dakar, o que um
campeão em título faz nas últimas semanas?
“No momento, só estou à espera de receber a moto em casa para começar a treinar com ela. Agora estou a ir para o ginásio duas vezes por semana e depois também mudo entre andar de bicicleta, correr e remar para manter as coisas diferentes. Estou a dar tudo o que posso para melhorar a minha condição física. No entanto, quando tiver a moto pretendo fazer um treino de rally de uma semana, o que vai me ajudar a preperar-me para o que vou enfrentar no Dakar. Obviamente, quero ganhar de novo, por isso a minha estratégia é treinar o máximo que puder e depois descansar um pouco antes de voar para a Arábia Saudita. ”
O Dakar 2022 começa no dia 1 de janeiro e termina 14 dias
depois, após completarem-se mais de 8.000 quilómetros.
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