O termo Monark voltou a ficar em evidência nas últimas semanas, mas o que nem todos sabem – ou se lembram – é que esse nome pertence a uma das principais marcas do universo das duas rodas. Estamos falando da Bicicletas Monark, empresa que construiu fama pelos veículos – muitos motorizados, aliás – e que não possui nenhuma relação com aquele podcaster.
As origens da Monark estão na pequena aldeia de Hunnestad, ao sul do Condado de Halland, na Suécia. Foi na Europa que o jovem Birger Svensson, em 1908, começou as atividades montando e vendendo bicicletas, na empresa “Svenska Cykeldepoten”.
Mas o nome Monark só entraria na cena anos depois. Em 1934, para celebrar os 25 anos de atividades, foram a companhia foi batizada de “Svenska Cykelfabriken Monark”, posteriormente alterado para “AB Cykelfabriken Monark”, em 1939.
Na mesma época, antes da Segunda Guerra Mundial, haviam planos para a exportação para a Noruega, Finlândia e os países bálticos. Projetos alterados depois devido ao conflito bélico. Assim, a matriz sueca da Monark optou por implantar uma fábrica no Brasil em 1948 e outra planta na Colômbia, em 1951.
Desta forma, a divisão no Brasil foi fundada em abril, com a denominação de “Monark Indústria e Comércio Ltda”. Na época a marca atuava inicialmente como importadora e montadora. Apenas mais tarde que passou a ser fabricante de bicicletas.
Em fevereiro de 1951, após uma fase de crescimento, adquiriu uma área na Chácara Santo Antônio, aonde transferiu fábrica e escritório. Já em 1962 alterou sua razão social para Bicicletas Monark S/A, produzindo modelos de plástico e alumínio.
O grupo foi um dos primeiros no Brasil a utilizar o modelo conhecido como CKD (Completely Knock-Down). O sistema consiste em conjuntos de partes do produto criadas, geralmente pela fábrica matriz ou pelo seu centro de produção, para a exportação e montagem posterior na filial.
A Monark sueca desde 1927 possuía uma linha de motocicletas de 250cc a 600cc. Na década de 40 optou por focar em motores próximos das 100 cilindradas. Aqui no Brasil, optou-se por um modelo de produção prático e de custo acessível.
Com isso, a primeira motocicleta no país foi montada somente em 1951. Um modelo chamado Centrum com motor 2 tempos inglês da BSA de 125 cc. Depois a empresa fez outros modelos, além de um ciclomotor chamado de Monareta, uma “cinquentinha” (49cc) equipada com motor alemão NSU. Essa fabricada de 1958 a 1962.
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No entanto, a entrada mais famosa para o mundo das duas rodas (motorizado) aconteceu somente na década de 70. Durante a Guerra Fria a crise do petróleo fez os preços da gasolina subirem globalmente. Surgia assim a a necessidade de veículos mais econômicos.
Sua concorrente Caloi lançou em 1973 um ciclomotor, sob licença da francesa Motobecane, a chamava Mobyllete Caloi 50, com motor AV7. Foi hora da Monark reviver o nome Monareta com a MSL 50, movida pelo motor 2 tempos alemão Sachs.
A Caloi revidou mais tarde modernizando sua cinquentinha, lançando no mercado o modelo AV10. Pouco depois, a Monark também atualizou seu ciclomotor, trazendo um novo motor, lançando a AV-X. Depois a Caloi atacou novamente com a versão XR, com visual mais jovem. A rival tratou de fazer concorrência com a sua Monareta S50.
Já nos anos 90, com a abertura das importações e queda nas vendas, tanto Monark quanto Caloi colocaram um fim na era dos ciclomotores. Febre que só veio a ressurgir já nos anos 2000 e hoje tem como líder a marca Shineray.
Atualmente, a Monark transferiu suas atividades industriais para a cidade de Indaiatuba/SP, em 2008. Desde então tem se dedicado à fabricação de bicicletas, entre elas a famosa Barra Circular, mas sem opções motorizadas.
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