A fabricante de motos elétricas Lightning Motorcycles vai tentar bater o próprio recorde de velocidade, criando o novo modelo eletrificado mais rápido do mundo. Nessa empreitada, os norte-americanos pretendem se unir a especialistas brasileiros para a utilização de um metal muito falado no Brasil, o nióbio.
A Lightning foi fundada em 2009 no Vale do Silício com a missão de construir veículos elétricos de alto desempenho e tecnologia. Com essa ideia, a marca estabeleceu em 2012 o recorde de velocidade máxima em uma moto elétrica de rua, com 218,96 mph (350 km). Daí nasceu a LS-218, presenta na lista das motos mais rápidas do mundo.
Mas agora a fabricante quer ultrapassar os 250 mph – ou seja, bater os 402 km! Nesse novo desafio a Lightning pretende trabalhar com a empresa brasileira privada CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração). Tudo isso para utilizar na nova moto o famoso metal chamado nióbio.
Segundo os envolvidos no projeto, o nióbio pode formar uma superliga metálica quando apenas 0,1% dele é misturado com outro metal. Assim pode-se gerar não apenas um material estável em diferentes temperaturas, mas também mais forte. Não por acaso ele é frequentemente empregado em motores a jato.
Com essas propriedades, em uma moto o nióbio pode oferecer um potencial imediato para baterias elétricas. Isso porque, seu uso em cátodos e ânodos das baterias pode permitir um carregamento ultrarrápido. Sem falar de uma maior densidade de energia em comparação com as baterias tradicionais, de íons de lítio.
Segundo Mariana Perez de Oliveira, Gerente de Desenvolvimento de Mercado da CBMM, atualmente as tecnologias contendo nióbio estão entre os materiais mais avançados para o desenvolvimento da próxima geração de baterias.
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Para a Lightning, usar em uma moto as ligas de nióbio pode significar um modelo mais leve. Contando ainda com o mesmo potencial de força e melhor autonomia e carregamento das baterias.
De acordo com Richard Hatfield, CEO e fundador da Lightning Motorcycles, a empresa está pesquisando o nióbio há algum tempo. Segundo ele, a utilização de indutores de nióbio reduzem a temperatura nas unidades de energia em comparação com o material padrão.
A VWCO (Volkswagen Ônibus e Caminhões) anunciou ainda em setembro que o nióbio será usado nas baterias de seus veículos elétricos. Segundo Roberto Cortes, presidente da companhia, a vantagem está na possibilidade de reduzir o tempo de recarga de quatro horas para seis minutos.
Mais uma vez, a produção destas super baterias estão a cargo da CBMM, sediada em Araxá (MG). A empresa é líder mundial na produção e comercialização de produtos de nióbio. A família Moreira Salles detém 70% da Companhia, enquanto acionistas chineses controlam 15% e os outros 15% pertencem a um consórcio, formado por japoneses e sul-coreanos.
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