Foram dois dias de provas, 5 e 6 de novembro, e 543 quilômetros, dos quais 484 cronometrados, num percurso de rara beleza. O Rally São Paulo, realizado em Ilha Comprida (SP), no Vale do Ribeira, integrou o campeonato Sertões Series e foi decisivo para a classificação dos pilotos apoiados pela Can-Am para o Brasileiro de Rally Cross-Country.
Patrimônio Natural da Humanidade, a região concentra a maior área contínua remanescente de Mata Atlântica do país. A partir de Ilha Comprida, os competidores passaram por Iguape, Pariquera Açu, Jacupiranga e Cananeia, enfrentando uma diversidade de terrenos, com muita água empoçada, extensa faixa de areia, cascalho, piçarra, lama, trechos de serra mais sinuosos e técnicos, e outros mais abertos e rápidos.
A melhor colocação foi da dupla Deni Nascimento e Idali Bosse, da equipe Bompack Racing, que ficou com o segundo lugar, dentre as 37 equipes participantes. Após se manterem no encalço do Maverick X3 de Deni, que tinha 47s de desvantagem antes da segunda largada, a dupla Cristiano Batista e Robledo Nicoletti se sagrou campeã por uma diferença ainda menor, de 37s.
Para Nascimento, campeão do Rally dos Sertões 2019, competir em Ilha Comprida teve um gostinho todo especial porque foi onde começou sua história dentro do rali, numa prova de moto, realizada em 2007, da qual foi o campeão. Ter vencido logo na primeira vez o fez migrar definitivamente de modalidade, já no ano seguinte, abandonando o Veloterra:
“Foi muito gratificante voltar à Ilha Comprida e mais ainda chegar à penúltima etapa do campeonato brigando pelo título, ainda mais pela disputa acirradíssima e pelas dificuldades enfrentadas. Tiveram trechos alagados, com poças bem fundas, que o carro entrava todo dentro da água. Ficamos tensos porque poderia dar uma pane em função de hoje ser tudo eletrônico. Mas o Maverick X3 se comportou muito bem. E com isso, demos mais um passo muito importante com um primeiro e um segundo lugares que nos coloca muito próximos da vitória. Faltam poucos pontos e um décimo lugar na próxima etapa, em dezembro, pode nos levar ao título. Mas vamos para vencer, claro. Portanto, temos tudo para confirmarmos o tetracampeonato na categoria e na geral do UTV1″, prevê o piloto apoiado pela Can-Am.
Já a equipe Can-Am Monster, dos Varela, depois de dominar amplamente a terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Rally Baja com o UTV de Rodrigo Varela na semana passada, não obteve o mesmo rendimento no Series.
Reinaldo Varela e seu navegador Gunnar Dums terminaram com a quinta colocação, enquanto o outro carro inscrito pelo time, tripulado por Gabriel Varela e seu parceiro Gustavo Bortolanza, ficou com o oitavo lugar, após problemas técnicos nos dois dias de prova.
“Mesmo com problemas no CVT, em função da enorme quantidade de água empoçada, conseguimos terminar a etapa em uma boa posição, o que nos coloca em segundo na categoria no campeonato. Agora, pensar na próxima prova e dar máximo para o melhor resultado possível”, avaliou Reinaldo.
Mais uma dupla, a bicampeã do Sertões apoiada pela Can-Am, Deninho Casarini e Ivo Mayer, competiu, terminando na vigésima-quarta posição na geral depois de também enfrentar problemas com os trechos alagados.
Resultados Rally São Paulo (Geral)
1. Cristiano Batista/Robledo Nicoletti, Can-Am Maverick X3, 9h23min47
2. Denísio do Nascimento/Idali Bosse, Can-Am Maverick X3, a 37s
3. Fábio Pirondi/Marcelo Ritter, Can-Am Maverick X3, a 5min35
4. Pedro Mac Dowell/Caio Spolidorio, Can-Am Maverick X3, a 7min48
5. Reinaldo Varela/Gunnar Dums, Can-Am Maverick X3, a 11min32