A Ducati apresentou recentemente a nova DesertX na Europa. Uma big trail com motorização de moto esportiva e destaque no seu visual. Logo de cara, os fãs de ralis perceberam a inspiração nas antigas Cagiva Elefant das edições dos anos 80 e 90 do Paris-Dakar.
DesertX e o legado da Cagiva Elefant
A Ducati optou pelo estilo Dakar de época nessa que é considerada a sua primeira big trail de verdade, a DesertX. Uma moto com equipamento e vocação ao uso em terrenos inóspitos e desafiantes. Para esse produto, a marca italiana bebeu diretamente da fonte da antiga fabricante Cagiva. Ironicamente, a referida competia no Dakar motorizada pela sua antiga subsidiária, a Ducati.
Mas o tempo passou, as coisas mudaram, e hoje a Ducati é independente. A Cagiva deixou o mercado e atualmente pertence a MV Agusta. Diga-se de passagem, as fabricantes italianas estão empenhadas em tirar uma casquinha do prestígio da falecida marca. MV com os protótipos do projeto Lucky Explorer. A concorrência por sua vez saiu na frente e lançou a DesertX.
Ducati DesertX
Mais do que ter a glória dos antigos louros da Cagiva Elefant, a Ducati segue a tendência de motos inspiradas no Dakar, como a Yamaha Ténéré 700 e Aprilia Tuareg 660. Como resultado, nasceu uma trail de aparência retrô, anunciada pelos faróis circulares, tanque grande e cauda pequena. Mas tudo isso em uma reinterpretação com linhas de modernidade.
Mas a recém-chegada não ficou parada no tempo, e a novidade é movida por um motor que equipa algumas das esportivas da marca. O propulsor bicilíndrico em V com 937 cm³, Ducati Testastretta, é refrigerado a líquido e rende potência máxima de 110 cv a 9.250 rpm e torque máximo de 9,4 kgf.m a 6.500 rpm. A transmissão é de seis velocidades.
O chassis conta com quadro de estrutura de treliça de aço tubular e conjunto de suspensão KYB. Na dianteira vemos o garfo invertido com 230 mm de curso e na traseira o monochoque com 220 mm de curso. Ambas as suspensões são totalmente ajustáveis.
A roda dianteira tem 21 polegadas e a traseira 18 polegadas – a primeira Ducati nessa configuração – calçadas pelos pneus Pirelli Scorpion Rally. Os freios são da Brembo, com 2 discos na dianteira e disco único na frente. O conjunto tem controle ABS e assistência em curvas, junto do controle de tração. A DesertX tem peso seco total de 202 kg.
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Mais que visual retrô, conjunto moderno
A DesertX tem um pacote robusto, mas também tecnologia, algo indispensável no concorrido mercado das atuais big trail. A nova Ducati tem modos de potência, controle de empinadas (DWC), Motor Brake Control (EBC) e quickshift. Além disso, tem cruise control, sistema de iluminação em LED completo, com DRL e luz de freio DBL.
O painel conta com tela TFT de 5 polegadas, com duas opções de exibição – rally e padrão. No display é possível controlar os 6 modos de condução: Enduro, Rally, Esporte, Turismo, Urbano e Molhado. Cada um ajustando o conjunto da Desert a partir da unidade de medição inercial (IMU).
O aceno ao passado fica por conta do compartimento opcional para combustível, com capacidade para 8 litros, e que fica pendurado na traseira. Quem não quiser o extra, fica com os 21 litros disponíveis no reservatório do tanque. Vale lembrar que o protótipo da DesertX apresentava dois tanques separados, com capacidade de 15 litros cada.
Ducati DesertX concorrentes e preço
A Ducati DesertX vai estar disponível na Europa em maio de 2022. O preço da nova big trail parte dos 13.795 euros (mais de R$ 86 mil em conversão direta). Para o mercado brasileiro ainda não existe previsão de lançamento, por parte da fabricante italiana.
Lá fora, as suas principais concorrentes também são inspiradas pelo universo rally. São Yamaha Ténéré 700, Aprilia Tuareg 660, Honda Africa Twin, além da linha BMW GS, Triumph Tiger e Suzuki V-Strom. Se vier ao país, será uma aceno à velha Cagiva, que deixou o mercado nacional desde a antiga parceria com a Agrale. Quem aí se lembra?