A Honda desembarcou oficialmente nos Estados Unidos em 11 de junho de 1959. Foi na ensolarada Califórnia, mais precisamente na cidade de Los Angeles, que foi inaugurada a primeira subsidiária fora do Japão. Na terra da Harley-Davidson, pouco tempo depois os novatos já faziam sombra sobre a marca da casa e os britânicos. Sucesso meteórico não é? Saiba como tudo começou!
Três anos depois da sua chegada nos EUA, em 1962 a Honda América já vendia mais de 40.000 motocicletas por ano. Foi quando Kihachiro Kawashima, gerente geral da divisão, assustou os quase 750 revendedores que já estavam espalhados no país.
Para o ano seguinte, Kawashima estabeleceu uma meta de vendas de 200.000 unidades. Foi um alvo surpreendente para a equipe da Honda, mas o gerente sabia que não era impossível. Bastava ressaltar as qualidades do seu produto.
Para isso, em junho de 1963 a marca começou a divulgar na mídia norte-americana a campanha publicitária “Você conhece as pessoas mais legais em uma Honda“. Uma ideia criada por Robert Emmenegger, diretor criativo da agência contratada Gray Advertising.
A campanha teve a astúcia de não permanecer limitada a convencer os compradores masculinos tradicionais do mercado a mudar para a Honda, vindos de outras marcas. Fazia melhor, deixando de lado a abordagem machista da maioria das propagandas de motocicletas da época. Queria atingir um público geral e atrair novos condutores.
Mas para isso, precisava melhorar a imagem do motociclismo em geral. Desta forma foi feita a aposta na pequena Super Cub. O modelo era anunciado como um eletrodoméstico de consumo, que não exigia grande aptidão mecânica. Era um produto acessível. O que diferenciava a oferta da Honda era uma mudança de identidade para os motociclistas, ou mais ousado ainda “as motociclistas”.
A nova cultura que a marca japonesa propunha não se restringia apenas aos informes. Em um golpe de sorte – ou publicitário – os Beach Boys, Brian Wilson e Mike Love compuseram a música Little Honda” em 1964. Um som que exaltava as alegrias de pilotar a Cub 50 e até mesmo convidando o ouvinte a visitar sua concessionária Honda. Pode isso? E nem era um jingle comercial…
Um ano depois os Hondells lançaram então o single “You Meet the Nicest People on a Honda” (Você conhece as pessoas mais legais em uma Honda). Era outra música promovendo a Super Cub, esta sim usada nos comerciais de TV. A imagem que a Honda criou contrastava com a do velho motociclista “bad boy”.
Essa campanha da Honda teve tamanho impacto que até os dias de hoje pode ser utilizada como um estudo de caso em negócios. Meio século depois, a iniciativa é creditada por vezes como o início do conceito de marketing de estilo de vida.
A promoção da Honda de início pareceu ousada, mas marcou o início do declínio das marcas de motocicletas domésticas norte-americanas e britânicas. Edward Turner, chefe executivo da BSA, chegou a dizer que a venda de pequenas motocicletas japonesas era boa, atraindo novos pilotos para máquinas maiores vindas da Europa. Ledo engano…
Pouco tempo depois os japoneses atacaram o mercado novamente. Desta vez, com uma base de clientes já formada, foi hora de apresentar modelos como a Honda CB750 e mesmo a concorrente Kawasaki Z1. Motos tecnicamente sofisticadas batendo de cara nos britânicos…
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Se para os europeus ficou ruim, o que dizer para a Harley-Davidson? Além disso, se pessoas legais guiavam uma Honda, que tipo de piloto guiava uma H-D? Desde o início da campanha dos japoneses a marca americana não aprovou uma possível associação da Harley com os “fora da lei”, no entanto, a indireta ficava no ar.
De qualquer maneira, ainda na época a Harley começou a ser vista como a moto do pai, do tio, do avô aos mais jovens. As modernas japonesas, em especial as potentes como a CB750, eram a modernidade, o futuro. Bem, o resto da história você já conhece – e se não sabe o tamanho da Honda atualmente, clique aqui.
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