Novo scooter 125: Yamaha ataca com o bem equipado Fluo

Responsável por cerca de 3% dos emplacamentos de motos novas há cinco anos e quase 10% atualmente, o segmento dos scooter é o que mais cresce no país. E as marcas querem aproveitar esta onda ao máximo.

Por isso a Yamaha trouxe mais uma opção ao mercado nacional. O Fluo 125 é um scooter pequeno, que ficará sobre a opção de entrada Neo e abaixo do NMax, mais potente. Quem fecha a lista é o XMax 250, mas este você já conhece. É hora de saber mais sobre o novo produto da Yamaha no Brasil.

O Fluo 125 ABS é o novo scooter da Yamaha, que chega para completar a família – agora, com quatro opções. Traz ao nicho dos 125 itens como freios ABS e smartkey

Yamaha Fluo, novo scooter 125

A missão do Fluo 125 é simples: cativar clientes por ser um scooter acessível, mas bem equipado. Assim, aposta em um pacote de itens de série inédito na categoria. Ele tem smartkey (partida sem chave), freio ABS na roda dianteira, sistema stop start (aquele que desliga o motor nos semáforos e o religa ao acelerar) e farol em LED.

Mas a lista de itens segue, em nome da comodidade. Ainda há um bom bagageiro sob o banco (suficiente para um capacete fechado e mais algumas coisas), cavalete central, fácil acesso ao tanque de combustível (não precisa descer da moto para abastecer), pisca alerta, painel com função ECO e tomada 12V.

O novo scooter Fluo ABS estará disponível nas lojas a partir de abril, nas cores Racing Blue (azul metálico), Midinight Black (preto sólido) e Branco Cristal (branco sólido). Custa R$ 13.390 – segundo seu preço sugerido, sem despesas com frete ou seguro. Ele tem 4 anos de garantia e participa do programa de Revisão Preço Fixo Yamaha.

Fluo está disponível em três cores (branco, azul e vermelho) e chega nas lojas no início de abril. Custa R$ 13.390, segundo seu preço sugerido

Yamaha com o Honda Elite na mira

Com o Fluo, a Yamaha quer ampliar sua participação nos scooter de entrada. Atualmente o nicho é liderado pelo Honda Elite, que emplacou 21,7 mil unidades em 2021 e mais de 2,5 mil nos dois primeiros meses de 2022. Já o Yamaha Neo vendeu 13,3 mil e 1,5 mil, respectivamente.

Segundo a Yamaha, o Neo irá continuar na linha, pois atende um público diferente do Fluo. Além de mais barato, tem diferenças na construção e ciclística – especialmente pelas rodas maiores, de 14 polegadas

E com a chegada da novidade, como fica o Neo? Ele fica, de fato. A Yamaha afirma que o modelo continuará nas lojas, como opção de entrada aos scooter da marca. O raciocínio é o seguinte: está com a grana curta? Vai de Neo (R$ 11.290). Quer mais itens de série e pode pagar os R$ 2.100 a mais? Opte pelo Fluo.

Pneus mais largos prometem boa aderência ao pequeno Fluo. E o deixaram mais estiloso, também

Além disso, a Yamaha acredita que o Fluo não irá ‘roubar’ vendas do Neo, pois entende que eles atendem públicos distintos. Sem falar em números, a direção da empresa tem expectativa que o novo 125 venda mais que o irmão mais barato.

Pesando apenas 98 kg, Fluo é bastante ágil e muda de trajetória com facilidade. Uma curiosidade: seu desenvolvimento iniciou em 2019

Teste com o Yamaha Fluo 125

Participamos do teste de lançamento do novo scooter da Yamaha. Diante das dificuldades impostas pela pandemia, o Fluo 125 foi apresentado em um kartódromo na capital paulista. Assim, não foi como rodar na rua, mas já pudemos acelera o scooter.

Primeiro, os itens de série – seu diferencial. Tudo funciona bem e de forma simples, intuitiva. Item raro mesmo em motos de alta cilindrada até pouco tempo atrás, o smartkey é uma atração à parte.

O painel (em LCD) tem visor pequeno e simples, mas bastante funcional e informativo. O nível de acabamento também agrada, especialmente pelos plásticos com diferentes texturas. Destaque ao sistema ‘ECO‘, que indica a aceleração correta para gastar menos gasolina.

Já a tomada 12V talvez pudesse ser substituída por uma USB, assim não exigiria adaptadores para carregar o smartphone. Outro item que pode não agradar a todos é o bocal do tanque na carenagem frontal, afinal ‘custa’ a área geralmente destinada a um porta objetos. Porém, espaço não falta com o grande compartimento sob o banco.

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Bom espaço aos pés e pneus largos

Além dos itens de série, o Fluo 125 ABS tem outro diferencial na categoria. São os pneus largos, sem câmara, que calçam as pequenas rodas de 12 polegadas.

Compartimento sob o banco é suficiente para um capacete integral e mais alguns pequenos objetos. E este é um capacete grande, tamanho 62 e com traseira alongada (modelo Norisk Strada Drive)

O dianteiro mede 100/90 e o traseiro, 110/90 (para comparação, no Neo são 90/80 e 80/80). Isto significa, em tese, melhor aderência com o piso – graças a maior área de contato com o solo – e também um pouco mais de conforto nos pequenos impactos nossos de cada dia. De quebra, contribui ao visual.

Realmente, o Fluo é bastante estável, passando segurança mesmo inclinando a ponto de raspar o cavalete central no chão. Nota azul também ao material emborrachado que reveste o assoalho plano (suficiente até para quem calça 42, aliás), que garante que os pés fiquem grudados no chão.

Farol do Fluo é em LED, mas ainda não conseguimos avaliar sua eficiência. Teremos de aguardar pelo teste completo

As suspensões têm garfo telescópico tradicional na frente e sistema com amortecedor único na traseira. Os cursos são de 90 mm e 88 mm, respectivamente. O asfalto perfeito do kartódromo não é a melhor pista de testes para elas, mas os componentes parecem absorver os impactos com a limitação tradicional dos scooter pequenos.

O diferencial do Fluo está na extensa lista de itens de série e não no conforto. Suspensões com curso perto dos 90 mm parecem oferecer nível de conforto dentro do padrão da categoria

Motor esperto

Pelo que pudemos sentir na pista, o Fluo tem um motorzinho esperto, que acelera com vigor até os 70 km/h (velocidade máxima atingida na pequena pista). E o melhor, sem vibrações.

O Fluo parece ter um motor esperto, acelerando bem até os 70 km/h – poderíamos ir além, mas faltou pista. Velocidade máxima e consumo não foram informados pela Yamaha

Isso graças a tecnologias como balancins roletados e cilindro DiASil (feito em alumínio e silício). Também contribui o fato do motor (preso junto à roda) ter um pequeno link (similar aos das suspensões) no componente que o ‘liga’ ao chassi, que acaba reduzindo eventuais vibrações.

Como padrão dos 125, é um scooter pequeno, onde os joelhos ficam próximos das mãos do piloto

Seus números estão dentro do padrão da categoria. Com 125 cm³ e arrefecimento a ar, ele entrega 9,5 cv de potência e 1,0 kgf.m de torque máximos, a 8.000 rpm e 5.500 rpm. Tanto a velocidade máxima quanto o consumo médio não foram divulgados pela fábrica.

Scooter com freio ABS e a tambor (!?)

Eis uma receita curiosa, mas que deve se tornar cada vez mais comum. Antecedido pela trail Haojue NK 150, o Fluo 125 é o segundo modelo a oferecer freio ABS – sinônimo de tecnologia – na roda dianteira e um antiquado tambor na de trás.

Repare na carenagem frontal colada no para-lama. Fluo mandou bem na frenagem, mostrando eficiência no sistema ABS

Apesar de atípico, o conjunto é competente. O ABS cumpre a missão de evitar o travamento da roda dianteira mesmo em piso molhado e tem funcionamento leve, confiável. Já o traseiro dá conta do recado, especialmente se for combinado com o frontal.

Vale a pena comprar o Fluo, novo scooter 125 da Yamaha?

Indiscutivelmente, o Fluo oferece uma lista de itens de série extensa o suficiente para ser cotado como uma boa opção de compra. Além de comodidades, tem recursos de segurança inéditos na sua categoria.

Fabricado em Manaus, o Fluo também é oferecido em outros países – especialmente da Ásia, onde é vendido como Freego. Aqui, traz novo padrão de itens de série à categoria

Com base no que rodamos, podemos afirmar que ele passa segurança e funcionalidade. Porém, só será possível dar um veredito após realizarmos o teste completo, que deve acontecer em breve, com muitas centenas de quilômetros em ruas esburacadas, largas avenidas, viagens com garupa e incursões em rodovia. De todo modo, seja bem-vindo, Fluo.

Sobre o teste:
Capacete: Norisk Strada Drive
Jaqueta: LS2 Teide
Calça: LS2 Chart
Luvas: Race Tech Furious
Fotos: Divulgação Yamaha e Guilherme Augusto