Não tem como negar que os norte-americanos têm audácia e engenhosidade quando o assunto é velocidade. Quem diria que acelerar com os grandes muscle cars de corrida se tornaria um passatempo nacional por lá…
Então, por que não colocar as grandes motos Harley-Davidson e Indian na pista de corrida? O resultado é igualmente um espetáculo! Confira como são preparadas as máquinas do MotoAmerica King of the Baggers.
A competição é uma corrida “pitoresca”, mas muito emocionante, que coloca as grandes begger V-twin na pista. Nela alinham no grid grandes motos das marcas americanas, como o modelo de fábrica – mas preparado – da Harley-Davidson Screamin’ Eagle Road Glide.
Uma Harley-Davidson de corrida
O projeto da Harley Screamin’ Eagle Road Glide, do atual campeão Kyle Wyman, começou no ano passado fora do horário de expediente dos funcionários da fábrica da marca em Milwaukee. Mas a repercussão fez com que neste ano, o que era uma ideia paralela torna-se agora um esforço de fábrica.
Desde o começo das modificações, os tempos de volta na pista eram prioritários. Com isso, apenas as partes fundamentais do modelo de fábrica permaneceram. Assim, a Road Glide “racer” é cerca de 90 kg mais leve que a moto de produção.
Mas ainda é uma “peso-pesado”, mantendo o mínimo exigido para o King of the Baggers 2021 de 288 kg de peso seco, sem combustível (o modelo original abastecido passa dos 400 kg). Neste ano, as regras do campeonato reduzem a massa mínima para 281 kg e apresentando uma altura de assento assustadoramente alta, de cerca de 889 mm.
A moto usa pneus de corrida Dunlop KR448 e KR451 MotoAmerica. Está equipada com um garfo de superbike Öhlins FGR 250 e amortecedores Öhlins, desenvolvidos especialmente. Seu braço oscilante de alumínio é esculpido em um pedaço de metal sólido. Mas segundo os engenheiros da Harley, a geometria “não está longe” dos modelos de produção.
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Conjunto em seu máximo
O motor Screamin’ Eagle Milwaukee-Eight 131 Performance Crate Engine foi modificado para se adequar à pista. O desempenho máximo não é o desafio da série, mas a Harley fez questão de colocar a mão na graxa.
O propulsor de 1.073 cc ganhou uma coroa exclusiva para aumentar a taxa de compressão. Os injetores de combustível foram aprimorados para os 150 cv, além de 20 kgf.m de torque na roda traseira, disponíveis em quase qualquer rpm. Suficiente para uma velocidade máxima acima dos 250 km/h durante os testes guiados com Wyman.
Para combater o calor extremo do motor, há um radiador de óleo. A peça foi montada voltada para a frente e alojada dentro da carroceria de fibra de carbono da Road Glide, no lugar de seus faróis.
Para segurar tudo isso, foram escaladas pinças dianteiras Brembo de montagem radial, com especificação do Superbike. Enquanto isso, um disco de 300 mm ajuda na parte traseira.
Como é acelerar uma Harley-Davidson na pista
Recentemente, o pessoal da imprensa especializada norte-americana teve a oportunidade de testar o modelo. Apesar de seu peso e tamanho intimidadores, a moto não chega a ser “um monstro indomável” em pista. Do contrário, obedece mais docilmente que o esperado.
No entanto, a bagger não tem quickshifter, portanto é necessário um trabalho de pé deliberado e vigoroso para uma mudança suave de marchas. Mas como acontece com qualquer moto de corrida, quanto mais a Road Glide foi empurrada, melhor foi o seu desempenho.
Não por menos, Kyle Wyman marcou a volta recorde de 1 minuto, 31 segundos e 9 milésimos na pista de Laguna Seca. Um tempo à beira da qualificação para uma verdadeira corrida de Superbike!